Fotos: Jefferson Peixoto/Secom
A situação dos quilombolas na capital baiana foi o mote da reunião ocorrida na quarta-feira (14) entre a titular da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, e o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, na sede da Semur, no Centro. Também estiveram presentes na ocasião os representantes de comunidades quilombolas de Salvador.
A pauta foi solicitada pela pasta municipal, com a finalidade de iniciar um diálogo com a instituição para escutar as principais demandas e solicitações das comunidades existentes da capital. “Esse é o primeiro diálogo de outros que virão, e foi muito positivo. Temos muito a caminhar ainda, mas gradativamente vemos a gestão municipal fortalecer essas políticas públicas efetivas e ações afirmativas”, disse Ivete Sacramento.
Na ocasião, o presidente da Fundação Palmares reafirmou o fortalecimento da instituição com as prefeituras em prol da comunidade brasileira, especialmente as quilombolas e de matrizes africanas de todo o país. “Esse é o primeiro encontro de todo o país. Salvador é o berço de toda nossa negritude e da luta pela resistência. Momentos entos como esse só acontecem com a participação popular, que é de extrema importância para mobilizar e pressionar para que as coisas aconteçam”, disse.
Oriunda da comunidade quilombola Bananeiras, remanescente da Ilha de Maré, Marizélia Lopes, de 52 anos, avaliou de forma positiva a iniciativa. Para ela, a Semur tem o papel fundamental na articulação e fomentação de políticas públicas para quilombolas na cidade. “Esperamos que sejam avançadas ainda mais as garantias de políticas para nosso povo e que a reparação necessária aconteça”.
Representando a comunidade quilombola Alto do Tororó, Maria de Fátima Ferreira, de 64 anos, disse ter grandes expectativas para os próximos passos das ações em prol deste público. “Foi um momento produtivo. Hoje, estamos tendo a oportunidade de conversar sobre nossas causas e acredito que todas as comunidades terão acesso pleno às políticas públicas”.
Atualmente, Salvador possui sete comunidades certificadas como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares. São elas: Alto do Tororó, Bananeiras, Maracanã, Praia Grande, Passa Cavalo, Martelo e Ponta Grossa. Através da Semur, a cidade possui o Programa Salvador Quilombola, que tem como objetivo fortalecer as políticas sociais na cidade, a fim de consolidar marcos da política municipal para as áreas quilombolas. O programa é inspirado no projeto Brasil Quilombola, do Governo Federal.
Reportagem: Valmir Soares/Secom