A Prefeitura de Salvador avança em mais uma política pública voltada para o portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesta sexta-feira (27), na Estação Cidadania São Marcos, a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) lançou sua primeira ação com base no censo, iniciado através do cadastro da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), criada para facilitar o reconhecimento a pessoas autistas em espaços públicos e privados.
Neste primeiro momento, um projeto de inclusão de crianças e adolescentes com TEA ao esporte, englobando as mães, foi apresentado para o grupo de familiares. “Muitas famílias têm dificuldade de acesso a terapias. Nosso objetivo é que com a prática da atividade esportiva essas crianças comecem a fazer coisas que não conseguiam antes, tornando-se mais autônomas, criando suas próprias rotinas, ao tempo em que consigam uma interação maior entre elas e com a própria família”, frisou o secretário da Sempre, Júnior Magalhães.
Além da prática esportiva, serão também oportunizadas orientações de fisioterapia, nutrição, práticas integrativas e neuroeducação.
Para Daiane, mãe de Andrew Rafael, diagnosticado com TEA, grau 2, a atividade será um ‘divisor de águas’. “Essa atividade próxima de casa vai ser um divisor de águas, porque além do autismo, ele tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e poder gastar essa energia, junto com ele, pois também estou em processo de perda de peso, vai ser um grande ganho para a nossa família. Esse é um projeto que pensa não só nas crianças, mas também em nós, mães, pois somos nós que cuidamos deles. Cuidar de quem cuida também é importante. E quando a gente cuida da nossa saúde física, com certeza a nossa saúde mental também flui”, frisou.
CIPTEA – A carteira é gratuita e possibilita identificar a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em espaços públicos e privados, viabilizando o atendimento e evitando o constrangimento para as pessoas autistas e seus familiares, que por vezes, não apresentam características visíveis do autismo e precisam de prioridade em filas e atendimentos diversos. Um total de 1.388 carreiras já foi confeccionado. O documento é resultado da Lei Federal 13.977/20, batizada de Lei Romeo Mion, e é válido em todo o Brasil.