Ingerir bebidas alcoólicas é uma prática comum entre os foliões durante os festejos de Carnaval. Abusar dessas substâncias, no entanto, pode causar problemas mais graves ao corpo, sobretudo ao fígado, órgão cuja principal função é desintoxicar o organismo de produtos químicos consumidos. Isso inclui, por exemplo, aquela “breja” gelada, assim como doses e drinques com vodka, uísque ou composições similares tomadas entre um desfile de trio e outro.
Diante deste cenário, o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ivan Paiva, listou algumas orientações para que os foliões se previnam do consumo prejudicial do álcool durante a folia, onde o calor toma conta dos soteropolitanos e turistas. Segundo o profissional de saúde, a principal delas é evitar a desidratação.
“O álcool tem, por mais que seja um líquido, a tendência de desidratar, porque ele age com um hormônio que faz com que a gente perca líquido. Então, a recomendação sempre, até mesmo durante o consumo de bebida alcoólica, é intercalar com outros líquidos. Você pode beber uma cerveja e depois tomar um energético, uma água ou água de coco, um suco, para que evite esse efeito da desidratação que termina levando sensação de mal-estar no dia seguinte, como a famosa ressaca”, explica Ivan.
O coordenador do Samu comentou ainda sobre os graus de intoxicação alcóolica que podem acontecer durante a festa: “Essa intoxicação varia em diversos níveis, desde uma leve tontura a uma sensação de náuseas e vômitos, chegando até aquelas pessoas que excedem a ponto de chegar nos postos de saúde espalhados pelos circuitos completamente desacordadas”.
Ivan também alertou o risco que o consumo a longo prazo pode trazer para uma intoxicação aguda. “O uso a longo prazo traz danos muito sérios, podendo evoluir para um caso de cirrose. O fígado é o órgão que faz todo o metabolismo no nosso organismo, sendo responsável pela maior parte da metabolização de tudo que a gente come. Então, ele perde essa função”.
O profissional sinalizou, por fim, que é possível detectar a doença através do exame de sangue, que pode indicar o nível de alteração da função hepática. A ultrassonografia também é importante para observar se há um aumento do volume ou algum tipo de presença de gordura no fígado.
“A pessoa que faz uso de bebida alcoólica frequentemente deve procurar um médico e solicitar toda a avaliação laboratorial e de imagem, buscando identificar se há algum problema de forma precoce, até mesmo para suspender o consumo e iniciar o tratamento”, concluiu Ivan.