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Salvador debate relação entre games e audiovisual em workshop



A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) promoveu, na tarde desta quinta-feira (29), mais um workshop gratuito do SalCine, desta vez, com o tema: "Sinergias Criativas: Experiências Interativas em Games e Audiovisual". O evento encerra um ciclo de 15 workshops sobre a área do audiovisual e contou com a parceria do Senai Cimatec. A discussão gratuita ocorreu no auditório do Museu de Energia da Coelba, no Pelourinho.

Na ocasião, especialistas do audiovisual e do universo gamer se reuniram para discutir a criação de narrativas audiovisuais em animação e as perspectivas de avanço do setor de games na Bahia. Participaram do encontro o diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado; a vice-presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais Eletrônicos (ABRAGames), Carolina Caravana; e a diretora de operações da Lightfarm Studios, Danielle Ohana.

Carolina Caravana trouxe reflexões importantes sobre o Marco Legal dos Jogos Eletrônicos no Brasil e sobre como ele pode desenvolver mais o setor. “Discutimos aqui sobre como esse marco foi uma grande conquista para todo o ecossistema e sobre como ele coloca na letra da lei que games são produções audiovisuais. Também foi falado um pouco dessa conexão dos jogos com duas áreas, pois eles fazem parte tanto do audiovisual como da área da tecnologia. Debatemos, ainda, sobre como avançar pós-regulamentação da lei e quais são as perspectivas para os próximos anos”, contou.

O Brasil é um país que consome muito videogame. Carolina lembrou que aproximadamente 80% da população está on-line, ou seja, conectada de alguma forma, e pelo menos 70% da população é considerada gamer.

“Isso faz com que o Brasil seja culturalmente um país de jogadores, um país que acessa e que entende que o jogo pode ser não só entretenimento, como cultura e acesso à educação. A área de produção, o que chamamos de desenvolvimento de jogos, está cada vez mais forte também. Tivemos nos últimos dez anos mais de 500% de crescimento. Hoje em dia temos mais de mil empresas de jogos. Não é um setor que pode ser descuidado, é um setor que tem um potencial muito grande de cataputagem”, destacou, lembrando que o Nordeste tem sido a região com maior potencial de crescimento das empresas desenvolvedoras de jogos digitais eletrônicos.

Paulo Acoforado parabenizou o Salcine e o Cimatec por estar promovendo uma ação de reflexão, debate e de troca de ideias relacionadas ao audiovisual, especificamente em relação aos games. “Na perspectiva de uma agência reguladora, trouxemos um pouco sobre o marco regulatório para a indústria de jogos eletrônicos (Lei 14.852/24] e todas as suas repercussões aqui no estado. Também sobre como é que o setor aqui na Bahia percebe isso, qual é a expectativa e qual é a disposição para, a partir do marco, avançar nas atividades e movimentos do setor”.

O diretor da Ancine ressaltou ainda que, no mundo, o mercado de games já é maior do que o mercado de cinema e de música juntos. “O Brasil é um importantíssimo consumidor de games, está entre os 11 principais países do mundo nesse consumo e o desafio é fazer com que o processo de desenvolvimento de propriedades intelectuais brasileiras e independentes em games se dê em uma escala e em uma importância econômica equivalente ao nível de consumo deste produto no país”, finalizou.

Reportagem: Nilson Marinho e Priscila Machado/Secom PMS

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