Tapete Branco dos Filhos de Gandhy tomou conta do Circuito Barra-Ondina no penĂșltimo dia do Carnaval


No meio da folia que celebra os 40 anos do AxĂ© Music, um dos Ă­cones do Carnaval de Salvador brilha com sua tradição de paz e ancestralidade: o bloco Filhos de Gandhy. Com 76 anos de histĂłria, o afoxĂ© arrastou uma multidĂŁo vestida de branco pelo circuito Barra-Ondina nesta segunda (3), penĂșltimo dia de festa.

A presença do bloco este ano conta com o apoio do Governo do Estado e do Programa Ouro Negro, que em 2025 atinge um investimento histórico de R$ 15 milhÔes para fortalecer entidades culturais de matriz africana, incluindo blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio, tanto no Carnaval quanto em outras festas populares na Bahia.

O presidente dos Filhos de Gandhy, Gilsoney de Oliveira, destaca a importĂąncia da tradição e do apoio governamental para a continuidade do bloco: “SĂŁo 76 anos de resistĂȘncia, mantendo a cultura de paz e tradição. Provando que esse trabalho mantĂ©m toda essa cultura, levando essa mensagem de paz e amor do Brasil para o mundo. E o Carnaval sem o Gandhy nĂŁo Ă© Carnaval.”

Sobre o Programa Ouro Negro, Gilsoney reforça a relevĂąncia da iniciativa: “Uma grande iniciativa do governo. Quero parabenizar nosso governador JerĂŽnimo Rodrigues por fomentar a cada ano esses blocos, que sem esse apoio nĂŁo poderiam continuar com essa cultura afro-baiana”.

Para muitos foliÔes, desfilar no Filhos de Gandhy é mais do que aproveitar o Carnaval, é um ato de pertencimento e conexão com a ancestralidade.

Danilo Azevedo, que hĂĄ 20 anos sai no bloco, trouxe o sobrinho de 17 anos para viver essa experiĂȘncia pela primeira vez: “Sou de outro estado, sou de Sergipe, e venho hĂĄ 20 anos desfilar nos Filhos de Gandhy. E esse ano eu trouxe meu sobrinho, que estĂĄ completando 17 anos.”

AlĂ©m da festa, para Danilo, o bloco carrega um significado ainda mais profundo: “Eu sou mestre em CiĂȘncia da ReligiĂŁo. Minha famĂ­lia Ă© de origem negra, meus avĂłs sĂŁo descendentes quilombolas. Para mim, nĂŁo Ă© sĂł brincar Carnaval. É relembrar do meu passado.”

JĂĄ Tiago Santos, que desfila desde os 12 anos, vĂȘ no Filhos de Gandhy uma tradição que faz parte da identidade do povo baiano: “É uma oportunidade muito grande, nĂ©? Eu saio no Gandhy desde muito novo. EntĂŁo, estĂĄ enraizado jĂĄ no nosso sangue. Do povo preto, de Salvador, da Bahia.”

Com seus turbantes, colares azuis e brancos e a tradicional alfazema, os Filhos de Gandhy seguem encantando geraçÔes e levando ao mundo uma mensagem de paz, ancestralidade e resistĂȘncia.

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