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LITERATURA: Uma narrativa contemporânea e feminista no sertão



Novo romance do premiado Evandro Affonso Ferreira, 'Vez em quando, Billie Holiday' conta a história de um jovem nascido em meio à brutalidade do sertão que busca a transição de gênero.

O jovem Diadorino, personagem central de Vez em quando, Billie Holiday (Record, 128 pp, R$ 59,90) – obra de Evandro Affonso Ferreira – está encolhido embaixo da mesa, apavorado. Nascido na brutalidade sertaneja, sofre com as surras constantes aplicadas pelo coronel que o criou, enfurecido pela delicadeza de seus traços, que lembram os da mãe, e, portanto, os de uma mulher. A narradora da história é a única pessoa que compreende o drama de Diadorino. 

Ela sabe de seu principal desejo: a transição para o gênero feminino. "De várias formas, a voz que narra o incentiva a sair do esconderijo e seguir sua vontade. Em primeiro lugar, promete-lhe a proteção e a segurança geradas pela própria conversa que estão tendo – e que é o livro em si. Ela também recorre a histórias feitas sob medida para tirar Diadorino da paralisia. Nesses casos, toda uma galeria de personagens do universo ficcional de Guimarães Rosa é mobilizada para forçá-lo a se mexer. Por fim, a mulher narradora enaltece outras mulheres, grandes feministas e libertárias de todos os tempos: artistas, ativistas e pensadoras – como Billie Holiday, Angela Davis, entre muitas outras. E talvez o jazz seja mesmo um bom atalho para se entender o estilo único de Evandro Afonso Ferreira, sua dicção tão particular e a importância que dá à sonoridade do fraseado", escreve o escritor e editor Rodrigo Lacerda, no texto de orelha da obra.

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