Neste sábado (2), é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em Salvador, pais e responsáveis de crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) contam com apoio da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), através de ações e iniciativas, voltadas para a qualidade de vida.
De acordo com Kelly Morais, diretora de Proteção Social Especial da Sempre, as ações seguem uma linha educativa, sendo desenvolvidas cartilhas, campanhas e palestras. A assistência é prestada pela administração direta, com o Centro Dia, ou em parceria com instituições que possuem contrato a secretaria, a exemplo do Instituto de Organização Neurológico (ION), Associação Amigos dos Autistas (AMA) e Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae). São organizações que prestam atendimento e serviços voltados diretamente a este público.
Entre as atividades desenvolvidas estão as oficinas de musicalização, atividades desportivas e de lazer, oficinas de iniciação para o mundo do trabalho, palestras para diálogo sobre temas referentes ao autismo e a realização do seminário anual. Além disso, é feito um serviço de orientação, apoio e acompanhamento, com promoção de diálogos e troca de experiências, para as famílias atendidas, com foco no conhecimento do transtorno e possibilidades de intervenções, para o fortalecimento dos vínculos familiar e comunitário.
Para Kelly, a importância de políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno de espectro autista, considerando um país cheio de desigualdades como o Brasil, está em dar voz a este público. "Temos a lei de inclusão, a lei de acessibilidade, temos a lei voltada para área de trabalho, que regem políticas públicas fundamentais, para oportunizar às pessoas com deficiência dentro da sociedade. Isso permite que este público tenha base, se sintam fortalecidos dentro das ações, garantindo uma melhor qualidade de vida e espaço de fala”, argumentou.
Segundo a diretora, as pessoas com deficiência precisam de atenção, através de um tratamento que perceba as suas individualidades e especificidades e que possibilite a ampliação do desenvolvimento de suas potencialidades, adquirindo assim, respeito e autonomia dos mesmos.
Diálogo e acolhimento – Em Salvador, o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Comped) tem um papel significativo na luta em defesa dos direitos das pessoas com deficiência. É o principal representante para agir na política pública, dar vistas e incluir na sociedade as PCDs como pessoas de direitos, pois contribuem direta e indiretamente com o crescimento da cidade.
Para a presidente do Comped, Silvanete Brandão, o conselho é um espaço democrático, que foi criado para fazer o acompanhamento das políticas públicas, ações, monitoramento e avaliação das políticas para pessoas com deficiência. “Temos um bom diálogo com a Sempre, que deixa as portas abertas para receber organizações na área da assistência social. Hoje, há muitas associações e entidades que buscam o colegiado para saber como está a atuação, além de crianças e famílias que interagem com o órgão, para saber para onde encaminhar e ter acompanhamento”, disse.
O grande diferencial, segundo Silvanete, é que o conselho ajuda as famílias, para que sejam ouvidas e as cidades se organizem para fazer o acolhimento. O exercício do controle social pelo conselho é fundamental para que a população e a pessoa com deficiência possam contribuir de forma digna e ser vista, tendo a sua cidadania construída de forma justa e digna”, defendeu.
Para ela, a data deste sábado deve ser muito comemorada. “Devemos chamar a atenção da sociedade para que as famílias se sintam resgatadas neste momento, para que a PCD possa ir para à escola, ter mercado de trabalho e ser vista com o seu diferencial, mas com respeito. O importante é que a gente traga para a sociedade que o autismo não é doença, mas um transtorno do neurodesenvolvimento e que deve ter respeito", lembrou.
Os conselheiros eleitos, tanto da sociedade civil quanto governamental, têm o papel de atuação nos segmentos das deficiências visual, auditiva, intelectual, física, das síndromes e dos direitos humanos, auxiliando no desenvolvimento de políticas públicas que promovam inclusão, acessibilidade e respeito a essa população.