O Dia da África, celebrado em 25 de maio, foi lembrado no seminário “Dia da Africa: Diáspora Contemporânea”, realizado nesta segunda-feira (29), no Hotel Mercure, no Rio Vermelho. O evento contou com apresentações culturais, a exemplo do Balé Folclórico da Bahia, seguido de um painel contextualizando o significado da data, com participação de representantes de países africanos como Moçambique, Cabo Verde, Nigéria, Angola, Guiné Bissau, Benin e Costa do Marfim.
A ação foi uma iniciativa da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), através do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI), da Universidade Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) e do Escritório de Cooperação Institucional (ECI).
Durante o seminário, a titular da Semur, Ivete Sacramento, destacou a importância de lembrar o Dia da África como forma de combater o racismo, tanto nas instituições como na sociedade. "Além de comemorar, o objetivo é espelhar essa diáspora contemporânea, que é o intercâmbio de países africanos com o Brasil, simbolizando a volta dos africanos ao país, mas com a perspectiva de cooperação técnica, no âmbito da educação e outras articulações", afirmou.
A secretária destacou o momento importante para o PCRI, que desenvolve este ano o tema 'Salvador Antirracista'. "Trata, em primeira instância, dessa relação Brasil-África, uma ação inédita oriunda de uma prefeitura, buscando uma outra perspectiva e outro olhar dessa diáspora contemporânea”, acrescentou.
Ancestralidade – A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, afirmou que a celebração, em conjunto com o propósito do PCRI, são parte de uma agenda relevante para a cidade. "É uma honra para a cidade poder instituir o programa e a partir dele, em cada núcleo, secretaria e unidade de representação, estabelecer essa cultura de respeito à nossa ancestralidade. Esse programa, assim como este dia, nos faz entender quem somos. Não existe Bahia sem respeito à África, pois ao falar desses países aqui representados, falamos de nosso povo, de nossa história e de nossa cultura”, destacou.
João Vitor Queiroz, representante do Escritório de Cooperação Internacional de Salvador, ressaltou a ação em parceria com a Semur. "Nossa parte é fazer essa intermediação entre parceiros externos e nossos parceiros institucionais, na Prefeitura, órgãos e secretarias. Queremos reforçar, em especial, o combate ao racismo institucional", explicou.
Para Misbah Akanni, diretor da Casa da Nigéria na Bahia, a ação de celebrar o Dia da África com a parceria intercontinental é de extrema importância para a capital baiana. "Salvador é a capital afro com grande importância neste cenário, por ser a segunda maior cidade em população negra do mundo, ficando atrás somente de Lagos, na Nigéria, sendo fundamental para a relação África - Brasil”.
Igualdade racial – A data 25 de maio representa o Dia da Libertação da África, instituído pela ONU em 1972. Em Salvador, a Lei Municipal nº 7.584/08, institui o Dia Municipal da África, data incorporada ao Calendário Oficial da Cidade. O Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) foi implementado pela Prefeitura Municipal de Salvador, sob a coordenação da Secretaria da Reparação, para o combate ao racismo institucional e a promoção da igualdade racial, em todos os órgãos e entidades da administração pública municipal.
Reportagem: Ana Virgínia Vilalva e Eduardo Santos/Secom