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Jornada do Patrimônio Cultural segue com programação nesta quarta (21) na Colônia de Pesca Z1




Promovida pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), a quinta edição da Jornada do Patrimônio Cultural segue até esta quarta-feira (21) na capital baiana, tendo como cenário a Colônia de Pesca Z1, no Rio Vermelho. A programação começa às 9h com uma saudação de Nilo Garrido, responsável pelo local, com uma homenagem aos pescadores.

Às 10h, ocorrerá a roda de conversa "Gestão Social, Sustentabilidade e Desafios da Salvaguarda do Patrimônio Imaterial". Ao meio-dia, será servido um almoço preparado pelos membros da comunidade, com contribuição voluntária para apoiar a Colônia de Pescadores.

Às 14h, haverá um bate-papo com pescadores e uma oficina para confecção de tarrafa de mosquiteiro e rede de pesca. A quinta edição da jornada se encerrará às 16h com uma apresentação cultural do grupo Samba de Marujo.

"Na Colônia de Pesca Z1, os pescadores são os detentores da Festa de Iemanjá. Acreditamos que este espaço, além de fomentar a construção de pensamento, é também um espaço de vivência com o patrimônio. Trazer o evento nos permite criar uma mentalidade de valorização e preservação", afirma o diretor de Patrimônio e Espaços Públicos da FGM, Chicco Assis.

Itinerante – A quinta edição da Jornada do Patrimônio Cultural adota um formato itinerante, levando debates e vivências a dois importantes patrimônios culturais da cidade. Na terça (20), a abertura da programação ocorreu no terreiro Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, no Curuzu.

A publicitária e produtora cultural Luciane Neves, moradora do bairro, mencionou a importância do evento para a região. "Eu, como ekedi, acredito que abrir um terreiro de candomblé e mostrar que também somos patrimônio é muito importante, especialmente diante de tantas desigualdades e sofrimentos que nós, da comunidade do povo de terreiro, enfrentamos. Passamos por isso no passado e ainda continuamos enfrentando essas situações delicadas de intolerância religiosa", opinou.

O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, também marcou presença no local e falou sobre a importância da preservação das tradições afro-brasileiras para a identidade cultural da cidade.

"Isso faz parte da nossa história, da nossa cidade. Não tem como falar de Salvador sem mencionar essa tradição. Hoje, estamos, na verdade, reafirmando isso. O Vodun Zo foi o primeiro tombamento do município logo após a aprovação da lei do patrimônio. Decidimos, então, trazer as pessoas até aqui, não apenas falar sobre ele. Não se pode falar de Salvador sem preservar essa tradição", contou.

Valorização - Com o tema "Legado Afro-Soteropolitano: Fé, Festa e Outras Frestas", o encontro deste ano tem como objetivo central produzir conhecimento, além de divulgar e valorizar o patrimônio cultural material e imaterial de Salvador. A programação inclui reflexões, discussões e manifestações culturais que destacam a influência afro-brasileira na identidade da cidade.

A jornada também celebra um marco significativo: os 10 anos da Lei nº 8.550/2014, que normatiza a preservação dos bens culturais do município.

Texto: Mateus Soares/ Secom PMS

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