As iniciativas culturais desenvolvidas pela capital baiana foram destaques do segundo dia do Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima, nesta terça-feira (5), no Centro de Convenções Salvador (Boca do Rio). Na ocasião, o secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, falou do incentivo à economia criativa desenvolvida na cidade, chamando atenção para atuação transversal entre as esferas de poder.
Tourinho destacou ainda que, estrategicamente, a gestão municipal aproveitou a realização do seminário, que reúne representantes do G20, para conciliar com a agenda do Novembro Salvador Capital Afro, cuja programação foi aberta com a exposição “Ecos Malês” na Casa das Histórias de Salvador, localizada no Comércio. “São ações paralelas que estão disponíveis para todos os delegados e toda a população”, disse.
Além da mostra, a agenda de eventos conta com o Festival Internacional do Audiovisual Negro (FIANB), que acontece no período até sexta (8), no Cine Glauber Rocha (Centro), trazendo como tema de 2024 “Cinema em Pretoguês”.
“Além de estarmos presentes aqui nos debates técnicos, Salvador ajuda nessa discussão fomentando cultura para os agentes do mundo inteiro que participam do G20”, reforçou Tourinho.
Integração - A criação de setores culturais ambientalmente responsáveis em relação às emissões de carbono, justiça climática para artes e cultura, o poder das artes e da cultura para mobilização social pró-clima também foram alguns dos temas refletidos no seminário.
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o evento germina a semente de um movimento que une as instituições e os agentes culturais sobre esse debate. “Precisamos de mais do que conhecimento sobre a mudança do clima. Precisamos mudar a nós mesmos e de uma cultura de mudança”, reforçou.
Ainda em sua fala, a titular do MinC destacou que a compreensão da relação entre cultura, meio ambiente e inclusão social tornou-se mais entrelaçada nas últimas décadas.
“É um vínculo que está assumindo uma importância crescente nas discussões multilaterais sobre desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e justiça ambiental. Isso destaca a importância de proteger e integrar a diversidade cultural, os conhecimentos indígenas e as práticas culturais locais e tradicionais em ações climáticas eficientes”, afirmou.
O seminário ocorre em paralelo à reunião do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 e tem como objetivo principal debater o papel vital do setor cultural para o enfrentamento das alterações no clima, reunindo experiências nacionais e internacionais de ações climáticas baseadas na cultura.
Oficinas – Nesta quarta (6) e quinta (7), serão realizadas oficinas práticas voltadas à temática. Ao todo, seis atividades trarão abordagens como estratégias para redução de carbono por instituições culturais, comunicação popular e justiça climática, planos de conservação, resiliência e estratégias de adaptação no patrimônio cultural e lançamento da pesquisa Cultura e Clima.
O objetivo é ir além dos debates e oferecer aos profissionais da cultura oportunidades de aprendizado prático, com foco em soluções e ferramentas para implementar mudanças essenciais no setor.
As oficinas também buscam capacitar as instituições culturais a reduzir sua pegada de carbono e contribuir ativamente para o debate sobre as mudanças necessárias para atingir a meta de limitar o aquecimento em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.