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Reflexão inovadora sobre consumo, classe e desejo


Annie Ernaux volta sua atenção para o fenômeno dos grandes supermercados, espaço onipresente na vida moderna e domínio por excelência da mulher na sociedade patriarcal.

Transgredir os limites de quais histórias e temas podem ser considerados dignos de literatura é um dos muitos êxitos da obra de Annie Ernaux, que há mais de quatro décadas se dedica a escrever a própria vida, sempre atenta à dimensão social e política do que é individual. Em Olhe as luzes, meu amor (Fósforo, 80 pp, – Trad.: Mariana Delfini), uma meditação investigativa escrita na forma de diário íntimo,  Ernaux volta sua atenção para o fenômeno dos grandes supermercados, espaço onipresente na vida moderna e domínio por excelência da mulher na sociedade patriarcal. Registrando suas visitas a um hipermercado dentro de um shopping perto de Paris ao longo dos meses, ela exercita o que considera um “modo impressionista de apreender coisas e pessoas”, isto é, “um livre registro das observações, sensações, para tentar capturar alguma coisa da vida que se desenrola ali”. Sem, portanto, mobilizar leituras teóricas, apenas por meio de seu incansável poder de observação, Ernaux se alinha aos grandes intérpretes da vida moderna e oferece uma reflexão inovadora a respeito de consumo, classe e desejo na sociedade contemporânea.

FONTE LITERATURA

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