O prefeito de Salvador, Bruno Reis, se reuniu nesta quarta-feira (26) com o secretariado municipal, moradores e comerciantes do Centro Histórico para discutir ações voltadas para a região, que tem sofrido com uma onda de violência. Durante o encontro, realizado no Palácio Thomé de Souza, foram apresentadas demandas de quem vive e trabalha no local relacionadas não só à segurança pública, mas a áreas como assistência social, trânsito, limpeza urbana, iluminação e manutenção. As iniciativas serão detalhadas em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (27) pelo prefeito e autoridades municipais.
“Antes de anunciar a implantação do distrito cultural do Centro Histórico e uma série de medidas e ações operacionais nessa área, a Prefeitura reuniu os atores da região, entidades e associações para validar essas medidas e ouvir sugestões. Vamos anunciar uma série de medidas que vão melhorar a qualidade dos serviços que a prefeitura oferece nessa área”, disse o prefeito.
O gestor ressaltou o caráter transversal das ações. "Trabalhando em um esforço coletivo, a gente pode amenizar a situação. Vamos ampliar e trazer novos serviços, tentando dar o tratamento especial que esta região necessita, por toda sua riqueza, por ser nosso patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e pelo simbolismo que tem como primeiro Centro Histórico do Brasil, que precisa ser priorizado por parte da administração pública”, acrescentou.
Ao ouvir as críticas relacionadas à violência, o chefe do Executivo soteropolitano pontuou o esforço da gestão municipal em contribuir com a segurança pública na região, apesar de esta não ser uma atribuição da Prefeitura. Ele já havia adiantado que convocará 60 novos guardas municipais para atuação exclusiva no distrito.
Investimentos - O secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, destacou a decisão do Município de intensificar o volume de investimentos na região. “Nenhuma cidade histórica do mundo se desenvolveu sem ter o seu centro histórico bem resolvido. Isso para a prefeitura sempre foi uma prioridade. É uma gestão que já investiu cifras milionárias em equipamentos e serviços no Centro Histórico, mas a gente vai dobrar a aposta para garantir, na parte que nos cabe, que o Centro Histórico tenha tudo que precisa para ser um dos mais importantes do mundo”, disse.
Segundo o titular da Secult, é preciso tornar a região “não só de preservação, mas também de prosperidade”. “Para que todo mundo que esteja aqui viva bem, tenha uma vida sustentável. É uma questão social, econômica, de segurança. E a Prefeitura está dobrando seus esforços para cumprir suas responsabilidades nesse processo”, observou.
Presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), José Iglesias Garcia, proprietário do Restaurante Cuco e da pousada Solar dos Deuses, defendeu uma parceria entre os diversos entes federativos e elogiou o debate promovido pela prefeitura. “Eu acredito no senhor, prefeito, e nos seus secretários. A nossa associação é apartidária e o que queremos é que a Prefeitura, o governo do Estado e até o governo federal unam forças e trabalhem a favor do Centro Histórico de Salvador e do turismo, principal atividade econômica da cidade”, afirmou.
Proprietário da Cantina da Lua, o comerciante, jornalista, escritor e ativista Clarindo Silva também exaltou a iniciativa da administração municipal em ouvir os diversos atores envolvidos com o Centro Histórico. “Quero parabenizar o prefeito e toda equipe por construir esse momento histórico. Acho que a agressão aos dois turistas no último final de semana desencadeou isso, mas a gente tem batido no assunto há muitos anos. O problema do Pelourinho é estrutural”, disse.
Reportagem: Rodrigo Aguiar/ Secom